Devaneio
Estava lá no horário combinado. Tomei banho, mudei de roupa, pus o perfume de que tanto gostas. Sentei-me na mesa do canto, de frente para a porta, com o copo e os cigarros em cima da mesa. Esperei. O tempo de três cigarros. Depois, peguei em mim e levei o copo até á mesa de uns amigos. E arrumei-te na gaveta do esquecimento.
Desta vez não ligaste, não mandaste mensagem, não vieste. Nem mesmo tarde. Engraçado como me habituei a esperar por quem não vem. A desculpa vai ser uma das de sempre (ou será que desta vez conseguirás algo mais elaborado?) Compreendo sempre o que dizes, por mais que nem tu acredites no que deitas cá para fora. E claro, amanha, quando nos encontrarmos, o beijo será o mesmo, o olhar perdido em mim também, a desculpa, o meu sorriso e um "deixa lá", embalado pela melancolia da descrença em algo que nunca existiu. E virão (mais) promessas. De recompensas, de melhores dias, de um tempo em que eu estarei à frente do piriquito que partiu uma unha. E aí, dou-te um pequeno abraço, (consolando-me) e digo-te para não te preocupares, que há coisas que fazem parte e contra as quais não vale a pena lutar. Mesmo sabendo que os nossos pequenos nadas se continuarão a consumir. Assim.
"Se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender. Talvez por não saber falar de cor, imaginei. Triste é o virar de costas, o último adeus sabe Deus o que quero dizer.
É o amor que chega ao fim. Um final assim, assim é mais fácil de entender..."
4 Comments:
Um Nobel da Litertura para esta mulher!!! :D
autch! :)
eu é que pareço não saber escrever..."Literatura", corrijo! :P
:| Tens razão Mia... que ela escreve bem, escreve... e é daquelas poetisas que finge tão completamente que até finge a dor que deveras sente... (Ó F.P. desculpa lá o plágio...)
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