novembro 01, 2004

Os lugares sobrevivem a nós

Os lugares sobrevivem a nós. Resistem à nossa passagem. Os lugares por que passamos marcam-nos, e pensamos nós ingenuamente marcá-los quando o rio passa indiferente à nossa dor. Ou felicidade, ou descontentamento, ou simples estado de vegetação, quando ficamos ali, à espera que algo aconteça. A vida que esses lugares encerram são superiores a nós. Porque não mudam a rotina, porque não deixam de ser eles, de fazerem as suas coisas, de viverem segundo a sua existência. Mais um pôr-do-sol, mais uma chuva, mais um rio que corre..indiferente a nós, aos nossos estados de espirito, vontades, virtudes e vicissitudes...
Os lugares por onde passamos deixam marcas. Dicifilmente deixamos marcas nos lugares que passamos. Marcamos pessoas que passam por nós...há pessoas que nos marcam.

E eu continuo sentada naquele banco, vendo os patos, lendo meu (teu) livro pela terceira vez e ainda assim gostando da história, parando de vez em quando para mudar de posição, para olhar para um céu sem nuvens, observando o rio, sentindo a brisa do fim da tarde...que me conforta, longe de tudo e de todos e me leva a tomar o rumo certo. O de casa.
E o rio continua a correr. Indiferente a mim. Corre.

Até daqui a quinze dias.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

e 15 dias depois... está tudo no mesmo lugar. ha coisas que nunca mudam, e ha sentimentos que nem a distância consegue aniquilar. *tox*

7:12 da tarde  

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