janeiro 18, 2005

Carta a um amigo

Escrevo por impulso.
Talvez isso não faça qualquer sentido, mas decidi correr o risco.
"... Carrega nos seus braços a criança chorosa...
Mas nos seus braços a criança estava morta..."
O despertar de um pesadelo é muitas vezes mais cruel.
É belo o amanhecer, porque é o sorriso
daqueles que me esperaram.
Coloquei o roteiro em uma gaveta, esperando madurar,
como o desenho de
uma música qualquer.
Tenho fôlego.
Johann Wolfgang von Goethe.
A febre foi contida.
A realidade me acalenta.
Ich liebe dich.
Gostaria de acreditar em histórias com começo, meio e fim.
São fantasias que se realizam, outras que nascem,
e a história continua, como um peão de criança em festa junina.
Gostaria de acreditar em destino, mas não consigo.
São idas e vindas que traçamos com absoluta consciência e vontade.
Gostaria de acreditar em paixão, mas não consigo.
O tempo vagarosamente
provou o contrário.
Apenas cúmplices de uma vida.
"Gracias a la vida, perfectamente distingo lo negro del blanco".
Gostaria de acreditar na razão, mas não consigo.
Gostaria de acreditar em sonhos. Felizmente, ainda consigo.
O racional e lógico não me dizem mais nada.
No sonho e no desejo
encontro o que procuro.
Semi-platônicos, ainda não realizados.
Um desejo quase impune por ser autista.
O desejo de um amor que emule a vida, que anule a morte.
O cansaço me vence.
Boa noite.


Carolina Vigna Prado

5 Comments:

Blogger aL said...

ahhhh...
hum...
hein?!

7:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

tá muito lindo:')...tenho saudades de ler coisas tuas***beijo

12:32 da manhã  
Blogger ... said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:33 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

fui eu que comentei acima...estava em anonimo...sorry

12:34 da manhã  
Blogger ... said...

aieh..que nervos...sou eu! MIA!...era só pa dizer que gostei muito do post...ufa! :P

12:35 da manhã  

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