agosto 13, 2006

E hoje sim, a tormenta. Como chuva que lava. Como água que purifica. Cairam hoje as que ficaram adiadas pertinho de outro país, as que a Ria consolou antes de se abeirarem de meus olhos, aquelas que a tarde de sexta secou e que a (in)sensatez não tem deixado cair. Hoje sim desabei do meu castelo de cartas. Depois de falar contigo, o nó na garganta começou-se a desfazer. Devagarinho. Não são de tristeza, as lágrimas que invadem minha fronte. São (já) de saudade. De infinitas tardes de Prometeu (que começaram há longincuos três anos), momentos de chuva (e o amarelo do guarda-chuva), de dias de sol e esplanada, de trabalhos sempre levados a sério (!), deitados, no alcatrão quente, gritando "fiambre" e enquadrando o desenquadrar da vida. Consolando as dores supremas (e inconsoláveis) horas sem fim ao telefone. As dúvidas de última hora. As horas a discutir Pessoa (sempre) ao telefone (que de certezinha saía no exame!). Os cafés na Monte (o meu atraso/imagem de marca). A discussão da agenda à segunda de manhã. Os portáteis nas aulas de Prav. A desatenção nas aulas de História (e a resposta sempre debaixo da língua). Mais lágrimas. Lenços. Coloridos (caixas maradas com aberturas de lado). Abraços. Palavras. Suposições. O desenho do sorriso (como um timido raio de sol depois do temporal carregado). A incerteza das palavras de outrém. As lágrimas na Ivete. As lágrimas na ESCA. As lágrimas na UM. As que virão. No Brasil, em Itália, na Alemanha. E em Portugal, no nosso Portugal. Os jogos na avenida. As infindáveis noites de copos (e o que vestir?! :p) Populum. Benetton?! "All night long!" Safaris, muito samba, colunas. Gargalhadas, smss, toques. Mais lágrimas. Pinturas, aromas, perfumes...sorrisos amarelos, olhares perdidos, palavras perdoadas antes de serem proferidas. Testes. Exames. Mais cafés (um curto pra ela, pra mim é cheio, o dela tem que ter rebuçado), doces, chocolates, compras...saldos!! :D

Hoje começamos uma nova etapa...que, na verdade, começou na sexta-feira, quando passamos duas horas em casa dela, falando dos parcos 10 dias que passamos separadas. E que, por imposição do tempo, (sempre o tempo) não foram mais. E, outros braços de abraços (que não os de terça) se abraçaram, dizendo um adeus sentido, selado com as lágrimas que elas não conseguiram evitar e que eu não consegui lá deixar. Ficam aqui. Daquelas gordas, que seguramos com as duas mãos e guardamos junto ao coração. Que brilham ao sol e à noite parecem estrelas no céu escuro. Das mais brilhantes.

1 Comments:

Blogger ... said...

adoro-te...estou em lágrimas :(

2:06 da tarde  

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