O meu drama: arrumar o quarto...veio a época de exames e ficou tudo impec, preciava de organização (e espaço) pra estudar...foram sendo feitos e a desarrumação crescendo..fui e vim do campeonato de basket, estudei para os exames de recurso, fui e vim de Porto Covo, aventurei-me por terras de nuestros hermanos (o que a seu tempo dará um post) e...o quarto continua caótico. Tropeço em coisas que não quero arrumar. Praguejo, não pela preguiça de as arrumar, mas pela necessidade de as ter lá. De tropeçar nelas. As minhas coisas. Os sapatos desarrumados, as roupas caídas, as caixas coloridas onde gosto de arrumar pedacinhos de mim, o pufe no meio do quarto, xeio de coisas em cima. Os apontamentos de Psicologia que se misturam com as folhas quadriculadas de Métodos, capas e folhas soltas de teorias que rivalizam com exercicios de médias e rectas estranhas...Sei que tenho que arrumar o quarto. Sei-o desde o dia em que prestei o último exame de recurso. Mas não quero. Preciso deste caos, preciso de virar tudo do avesso para encontrar um simples gancho para o cabelo. Não quero arrumar um espaço que vai deixar de ser meu. Adio o inevitável. A partida. A arrumação dos apontamentos no baú, dos meus pedacinhos nas caixas coloridas e destas nos armários, dos sapatos na sapateira. A mala preta, que está em cima do armário espera já ansiosa para saltar cá pra fora. O traje está arrumado, o tricórnico cuidadosamente pousado em cima de tudo, com molas nas pontas para não abrir. É só acabar de ganhar coragem e, daqui a uns dias, camisolas e casacos saltarão para a mala grande. Aquela preta, ainda em cima do armário, guardada.
Acho que não quero arrumar a minha confusão. Quero continuar a ver pedaços de mim pelo chão, a desviar-me das sapatilhas que não vou levar, a chutar a bola da Rubi naquela madeira pintalgada e muito minha.
Adio o inadiavél. É hora de começar a partir.
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