março 18, 2007

Sempre o Erasmus


(da esquerda pra direita: Mafi (Porto), Isabel (Brasil), eu e Alberto (Itália); foto da Béu)

Agora que perco a noção do tempo nas inúmeras linhas de amigos "perdidos" por outras realidades que não as que partilhamos por três anos, paro a pensar no meu erasmus. São já seis os meses que levo de Alemanha. E sabem que mais?...gosto! Agora consigo sorrir ao pensar nos primeiros momentos, perdida em Munique, dizendo à mãe que desligaria o telefone assim que as lágrimas ameaçassem turvar a voz. Lembro, com saudade, de todas as pessoas que fui conhecendo ao longo do caminho, dos sorrisos, abraços e ajudas despretensiosas que recebi e de como, também, ao dar um pouco de mim, provoquei outros sorrisos, outros abraços e ajudei alguém.


Propor-me a estar aqui por um ano é estranho. Conviver com as adversidades é complicado. Obter novas conquistas e partilha-las apenas por telefone, torna-se um pouco redutor. (por muito que a voz vibre, falta sempre o abraço, o sorriso de quem sempre acreditou em nós, até quando nós próprios ameaçamos duvidar). Por isso se conhecem pessoas, fazem amigos, criam-se laços. E, no final do semestre, mais um aperto: as constantes idas à estação, vendo partir alguns dos que tornaram mais colorida a nossa manta de retalhos…os que deram mais textura ao cobertor com que nos cobrimos, disfarçando o medo do desconhecido.

Faz hoje um mês que os sorrisos se misturaram com lágrimas, na última festa erasmus do semestre, e o aperto deu lugar a longos abraços e desejos de muitas vitórias. Faz um mês que o rio embalou o emaranhado dos meus pensamentos, deixando uns e partindo ao encontro de outros que fizeram uma pausa na sua rotina para me ver, perceber a minha realidade, conhecer uma nova cultura e arrancar-me muitos sorrisos com as noticias e as paródias de casa.

Daqui a um mês, começa o novo semestre. E claro, a curiosidade sobre os novos erasmus é mais do que muita. Sinto que voltei ao início do ciclo…mas desta vez parto em vantagem: já tenho amigos, pessoas a quem ligar para uma cerveja ou um Kebab, sempre pautados por conversas, cuidado, carinho.

Este foi um mês de solidão: em parte imposta, em parte escolhida. Dei-me tempo para dormir, conhecer as ruelas da cidade que aprendi a amar, estudar, pensar, rever conceitos, prioridades, ver mmmuuiittoosss desenhos animados, ler sobre as novas cadeiras e dar-me ao luxo de escolher o que me dará, verdadeiramente, gosto e vontade de estudar.

Amanhã é dia de partir. De ser acolhida pela menina que não me queria deixar partir, que teimava em segurar-me nos seus braços… e que sempre me arranca sorrisos. Os próximos dias prometem ser de muita diversão, de alegria, cores e gargalhadas por tudo e coisa nenhuma…mais do que isso, um alimento para a alma…“pra receber daquilo que aumenta o coração”.

1 Comments:

Blogger ... said...

meu Deus que semana louca, maluca, inesquecivel...linda linda linda...snif

1:55 da tarde  

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