junho 27, 2008

God only knows

Saudade de um tempo meu. Em que vinha das aulas de mochila cor-de-rosa, com o sol lá ao fundo e fazia o caminho mais longo só pra me sentar na relva e ver os campos a perder de vista. E o pôr do sol. A cabeça cheia de palavras complicadas, as angustias de desafios que nos levavam ao limite e a relva. fresquinha, fofa, deliciosa debaixo do corpo, com a mochila como almofada. Sentada no banco olhava toda a universidade, e ficava o tempo de mais um cigarro. e uma chamada pra casa. Saudades tuas que foste comigo ao multibanco na noite em que choramos abraçadas, tuas que dançavas comigo todo desengonçado e tremendamente atrapalhado. Vontade do que adiamos, por entre desejos e pudores, tão inúteis, tão castradores. Tremenda nostalgia de andar à beira-rio, ter que carregar as malas às costas (e maldizer o raio do elevador que demorou um ano a ficar pronto!!) rumo às plataformas. Desejo de te voltar a ajudar com as malas e dar aquele beijo. Raiva por ter demorado tanto a arrumar-te na reciclagem. Necessidade (suprema!) da happy hour e dos cocktails fantabulásticos com que terminávamos as tardes de mmuuiittoo calor ("onde tão os gatinhos de Trier??") a bronzear na esplanada. Faltam-me os olhos azuis da Gosia, reflectindo um céu nublado e trocando confissões deitadas num banco de jardim luxemburguês, enquanto partilhavamos os phones de um belo faduncho (ora pois claro!) e aquele jovem muito introvertido com quem me adorava meter e nunca me lembrava do nome...(ups!) Hora de decisões que mudam estados de espirito. E agora..? o resto do mundo pela frente. Após um ano de alguma ressaca e muita amargura, está na hora de (re)começar a viver. de sonhos.

"O caminho faz-se caminhando". E eu estou quase a pensar em fazer-me à estrada...quem sabe?! :)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A unica certeza que tem um cisne,
É que a canção mais bela que cantar o vai matar,
E a esperança que ele tem antes de a entoar,
É de encontrar algo que de tal forma o fascine,
Que o faça ter vontade de morrer,
Para poder viver outra vez.

De alguém que tu achas um chato mas que gosta muito do teu queixo...

5:43 da tarde  

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