E é nestas alturas que percebemos porque é a "saudade" tão portuguesa...enquanto choramos as lágrimas que vão fechando o buraco que fica no peito.
odeio despedidas.
odeio despedidas.
posted by Pat at 18:07
agosto 09, 2008
Carta (esboço)
Lembro-me agora que tenho de marcar um encontro contigo, num sítio em que ambos nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma das ocorrências da vida venha interferir no que temos para nos dizer.Muitas vezes me lembrei de que esse sítio podia ser, até, um lugar sem nada de especial, como um canto de café, em frente de um espelho que poderia servir de pretexto para reflectir a alma, a impressão da tarde, o último estertor do dia antes de nos despedirmos, quando é preciso encontrar uma fórmula que disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É que o amor nem sempre é uma palavra de uso, aquela que permite a passagem à comunicação mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale, de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio ser,como se uma troca de almas fosse possível neste mundo.Então, é natural que voltes atrás e me peças:"Vem comigo!", e devo dizer-te que muitas vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde, isto é, a porta tinha-se fechado até outro dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então as palavras caiem no vazio, como se nunca tivessem sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que é também a mais absurda, de um sentimento; e,por trás disso, de que o mundo há-de ser outro no dia seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores do céu,do mar,da terra,e do próprio dia em que nos vamos encontrar, que há-de ser um dia azul,de verão, em que o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas, que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
2 Comments:
Que lindo.
Gostei do Blogue.
O amor tem destas coisas...lindas!!
Um abraço amigo.
Continua, é lindo sim senhora.
Ass:Soberbo
When I first loved, I gave my very soul
Utterly unreserved to love’s control,
But love deceived me, wrenched my youth away,
And made the gold of life forever grey.
Long I lived lonely, yet I tried in vain
With any other joy to stifle pain.
There is no other joy I learned to know.
And so I returned to love as long ago.
Yet I, this little while ere I go hence,
Love very lightly now,
In self defense!
Taj Mohammed
Gonçalo ;)
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