agosto 29, 2005

It`s published!! :p

"«I loved that.(...)I was sure we`d last forever.» I paused and think about a time when i believed in forever. It almost hurts. Funny how hindsight can completely alter perspective."


Adele Parks, Husbands

agosto 28, 2005

Xiguei.

agosto 09, 2005

Férias parte II

Depois do Algarve, London city espera-me..hoje passei o dia a acabar a malitah (que de "ita" num tem nada mas pronto) e a correr d um lado pró outro (dizer "olá" e "adeus" ao pai e a algumas pessoas)e a tratar de alguns pormenorzitos..amanha à tarde lá vou eu..depois do voluntariado vêm as "férias culturais".


Bem...continuem a ser felizes e, que mais num seja, dia 28 dou noticias.. :)

agosto 04, 2005

Cachopo

Ai maganos, a vida aqui no Algarve é uma cansêra!!lol..até já tamos falndo como a gente cá da terra..

Agora a sério. Estou cansada. Doem-me as costas. Já não encontro posição pra me sentar no chão. Por estes e muitos mais motivos, vos digo que tou a adorar tar aqui. Os dias são mais curtos, o tempo ganha uma outra dimensão. A dimensão da paz, da calma e do abandono. Aqui o tempo tem identidade própria. E a cada esquina descobrimos mais uma história, um cantinho, uma nova palavra, mais um sorriso.

Não minto se dizer que não tem sido fácil. Têm-me custado bastante algumas actividades. Tem-me custado "assimilar" esta identidade própria do tempo, tão diferente do meu. Aqui as pessoas não têm pressa, não correm, não fazem mais do que uma coisa ao mesmo tempo. E vindo do ritmo que eu vinha, esta travagem abrupta fez saltar das gavetinhas questões outrora deixadas pra uma "análise posterior".

A solidão dos idosos e a sua resignação são outras duas coisas incriveis. Ficam ali, nos seus montes, à espera do nada, à espera da morte. Trazem no rosto as marcas de uma vida dificil e nos olhos o brilho de outros tempos...Não se queixam da solidão a que foram deixados, contando-nos como foi e é a sua vida.

Há uns dias atrás uma senhora de 42 anos, com 3 filhas (a mais nova com 10 anitos) enforcou-se. Como não poderia deixar de ser, este caso foi motivo de falatório na aldeia de Cachopo e nos montes vizinhos. Pelos vistos, a senhora sofria de depressão e já se tinha tentado matar com comprimidos. Desta vez tentou-se enforcar, com sucesso. A sua "coragem" pra cometer este acto foi logo atribuida ao "Demo", já que ela "bebia e fumava" mais do que devia e, claro, "não teria forças pra cometer tal acto sozinha".

Este é um Portugal que me era, por completo, desconhecido. Como aqueles que me conhecem sabem, não tenho familia nem nenhuma ligação com qualquer tipo de comunidade rural. Daí o meu espanto e choque. Nesta realidade e nestas pessoas a vida é diferente, tem outro sentido. Acaba por assumir outra dimensão. Uma dimensão mais sofrida mas mais humana.
Daquelas que nos fazem pensar no que é realmente importante. A falta da Internet vai sendo superada, os Coldplay tocam apenas quando fecho os olhos. A novela é substituida pela oração com a comunidade, por conversas e canções ao som da viola, sob um céu de estrelas.

É bom cá estar. Mas também é bom saber que, no Domingo volto prá minha realidade. Para a minha casa, a minha cama, para a minha música e as minhas coisas.

Mais rica e mais serena. Mais queimada por este sol abrasador e em paz. Comigo e com este novo mundo que todos os dias vou descobrindo.

E..sabe bem. Quando vemos os seus sorrisos desdentados, as mãos calejadas e o coração do tamanho do mundo, percebemos como são felizes. E como nos dão, sem cobrar nada em troca, um pedaço da sua vida.

E, partilhando a sua felicidade, nos fazem felizes.