Muito se tem dito acerca dos exames nacionais. Ora, por ter uma "vitima" da coisa cá por casa (que, como a média nacional teve a melhor nota do ano a matemática no exame e uma péssima prestação no de português) tenho ouvido com alguma atenção os números, estatisticas, bate e rebates da ministra e sindicatos (parece-me particularmente hilariante a senhora ministra achar que os alunos já se dão melhor com a matemática com base na última média nacional alcançada, mas enfim...) e acabei por tropeçar num texto pertinente (e irónico) sobre os ditos exames nacionais (não posso dizer nada em relação a anos anteriores...repito que só sei como foram os deste ano porque o irmão lá foi comentando a facilidade dos enunciados. Ele, que pouco pó tira aos livros!) Aqui fica:
"...iria mais longe e acabava simplesmente com os exames. Para que servem eles afinal? Obviamente para dar mau nome à casa. Se são demasiado difíceis, a casa afunda nas estatisticas internacionais. Se são demasiado fáceis, ninguém se cala com o facilitismo da coisa: oposição, cientistas, pais, professores. E até os alunos, que deviam calar o bico e agradecer aos céus. Razão têm o PCP e o Bloco, que consideram o exercício «injusto» e «elitista». Absolutamente de acordo. Uma medida igualitária, no sentido pleno da palavra, permitiria atribuir a cada cidadão, nascido em território nacional, uma licenciatura logo nos primeiros dias de vida. E à escolha dos progenitores. Se os pais escolhem o nome dos filhos, por que motivo não podem escolher também o «dr.» ou o «eng.» que precede o «Manuel» ou o «Joaquim»?O gesto permitiria duas coisas: primeiro, colocar Portugal no topo das classificações internacionais, com dez milhões de doutores e engenheiros, uma proeza em todo o Ocidente letrado; e, em segundo lugar, uma vez despachado o canudo para a maioria, existiria uma ridícula minoria que que frequentaria voluntariamente as escolas e as universidades com o intuito simples de «aprender» qualquer coisa."In ÚNICA, João Pereira Coutinho 5/07