setembro 23, 2006
..a sensação de, cá estando, não pertencer a lugar nenhum...começar a florir e ter de mudar de vaso..
setembro 22, 2006
Vivo num eterno paradoxo. O da saudade. O de te querer, sabendo-te longe. O de não te abraçar, estando tu a meu lado. O de tocar, ao de leve, os lábios. Sem os beijar. “grito, quem pode salvar-me do que está dentro de mim?” Porque em mim, há confusão e certeza. Sempre soube (talvez demasiadamente bem) o que queria. E agora, tendo o que quero, quero pra mim o que não tenho, mantendo o que já é meu. Por direito. Quero os vossos braços, assim como quero estas tardes de sol. Quero a minha solidão contente, com todas as gargalhadas e os barulhos de casa. Alguém que atravessa fora da passadeira, a buzina, as conversas de café, os jornais desordenados em cima da mesa. A chave na fechadura, o teu toque no telemóvel, e depois na pele. Olhando o meu sorriso, reparando na pintura que demorei horas a fazer, e na roupa, escolhida pra ti. No perfume, que sem ti, enjoa. Reparo agora, que sou, independentemente de tudo. Sou. Eu. Apenas e só, eu. Mesmo longe, mesmo deixando-me ficar, lentamente, pelo tempo, há algo em mim que renasce, se transforma, floresce, morre. A cada segundo de vida, a cada respirar teu. As palavras que dizemos não importam, mentem a todo o instante. Digo “tenho que ir”, mesmo só querendo ficar. Digo que não te quero, mesmo desejando a todo o instante teu sentir o teu respirar na pele. Minha. Finjo estar feliz, desenhando sorrisos, escondendo lágrimas que não deixo cair. Porque não consigo perceber o que se passa. E, por passar, não pára, não decanta, não se apura. Por mais que queira ver o que fica na peneira do tempo, esse mesmo tempo não deixa que analise os pedaços que não passaram pela rede. Os que olho na minha mão e guardo no bolso. Para mais tarde analisar. Preciso parar, pra ver o que ficou. E sei, no entanto, que ao parar, a saudade me toma e me leva para o abismo. Por isso não penso.
E vivo no meio do paradoxo.
E vivo no meio do paradoxo.
setembro 18, 2006
Hallo aus München
oieh...Segundo post daqui, 16 dias depois da partida. Corre tudo bem, Munique é uma cidade linda...Mágicos dias, vividos num turbilhão de emoções e com muitos sorrisos e agradáveis surpresas. Tenho visto muita coisa, as horas têm fugido perigosamente e já só faltam nove dias pra voltar a abalar, dizer adeus a estes que têm sido os amigos e que prometem, também, a visita a Trier.
Gosto de cá estar. Gosto da minha solidão, agora, com o chá de limão e menta, o frio da noite chuvosa e a minha bossa nova. Depois de mais um dia cheio, depois das aulas e das pendengas resolvidas (já tenho número alemão!)
Tenho conhecido pessoas fantásticas, que não deixam que o sorriso esmoreça nem que as saudades de todos vocês se transformem em lágrimas. O curso de alemão corre bem e, na loucura, já vou falando alemão (e as pessoas percebem! :p)
Mais lá para a frente, quando tiver o meu canto, com tudo arrumado e não em malas, conto mais. Para já, as coisas estão como as ideias...a monte, mais preocupadas com o aqui e o agora, esperando pelo que ainda há-de vir. Quando parar a arrumar tudo, conto os fantásticos dias que vivi nesta cidade maravilhosa.
Agora fica um grande beijinho e a saudade gostosa, aquela de quem sente falta mas sabe que está onde deveria. E se sente bem assim. Muito bem mesmo! ;)
(a foto é a vista do meu quarto..tou num 18ºandar na residência que fica na Studentinstadt- a cidade universitária..vê-se um imenso jardim, o Englischer Garten e lá ao fundo, num pontinho branco, o trânsito, com o arena de munique ao fundo. Os dias é que já não estão tão bonitos, tem chovido ultimamente)
PS- Claro que já fui à Oktoberfest!!! :D
setembro 07, 2006
Devaneio
Engraçado como me olhas, mesmo não vendo nada de novo. O olhar é o mesmo (nunca igual), num rosto sempre cansado, ora alegremente disfarçado ora espelho da dura realidade. Olhas-me sempre, sem falar. Depois de veres não sei o quê, sorris e desvias o olhar para o infinito. E voltas à realidade.
Estava lá no horário combinado. Tomei banho, mudei de roupa, pus o perfume de que tanto gostas. Sentei-me na mesa do canto, de frente para a porta, com o copo e os cigarros em cima da mesa. Esperei. O tempo de três cigarros. Depois, peguei em mim e levei o copo até á mesa de uns amigos. E arrumei-te na gaveta do esquecimento.
Desta vez não ligaste, não mandaste mensagem, não vieste. Nem mesmo tarde. Engraçado como me habituei a esperar por quem não vem. A desculpa vai ser uma das de sempre (ou será que desta vez conseguirás algo mais elaborado?) Compreendo sempre o que dizes, por mais que nem tu acredites no que deitas cá para fora. E claro, amanha, quando nos encontrarmos, o beijo será o mesmo, o olhar perdido em mim também, a desculpa, o meu sorriso e um "deixa lá", embalado pela melancolia da descrença em algo que nunca existiu. E virão (mais) promessas. De recompensas, de melhores dias, de um tempo em que eu estarei à frente do piriquito que partiu uma unha. E aí, dou-te um pequeno abraço, (consolando-me) e digo-te para não te preocupares, que há coisas que fazem parte e contra as quais não vale a pena lutar. Mesmo sabendo que os nossos pequenos nadas se continuarão a consumir. Assim.
"Se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender. Talvez por não saber falar de cor, imaginei. Triste é o virar de costas, o último adeus sabe Deus o que quero dizer.
É o amor que chega ao fim. Um final assim, assim é mais fácil de entender..."
Estava lá no horário combinado. Tomei banho, mudei de roupa, pus o perfume de que tanto gostas. Sentei-me na mesa do canto, de frente para a porta, com o copo e os cigarros em cima da mesa. Esperei. O tempo de três cigarros. Depois, peguei em mim e levei o copo até á mesa de uns amigos. E arrumei-te na gaveta do esquecimento.
Desta vez não ligaste, não mandaste mensagem, não vieste. Nem mesmo tarde. Engraçado como me habituei a esperar por quem não vem. A desculpa vai ser uma das de sempre (ou será que desta vez conseguirás algo mais elaborado?) Compreendo sempre o que dizes, por mais que nem tu acredites no que deitas cá para fora. E claro, amanha, quando nos encontrarmos, o beijo será o mesmo, o olhar perdido em mim também, a desculpa, o meu sorriso e um "deixa lá", embalado pela melancolia da descrença em algo que nunca existiu. E virão (mais) promessas. De recompensas, de melhores dias, de um tempo em que eu estarei à frente do piriquito que partiu uma unha. E aí, dou-te um pequeno abraço, (consolando-me) e digo-te para não te preocupares, que há coisas que fazem parte e contra as quais não vale a pena lutar. Mesmo sabendo que os nossos pequenos nadas se continuarão a consumir. Assim.
"Se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender. Talvez por não saber falar de cor, imaginei. Triste é o virar de costas, o último adeus sabe Deus o que quero dizer.
É o amor que chega ao fim. Um final assim, assim é mais fácil de entender..."
setembro 03, 2006
tschüss :)
Desde o dia da reunião que penso neste momento. O da partida. Estes- que vão sendo os últimos por aqui- têm sido dias de excepção. Assim, daqueles que dão razão de ser à vida. Os amigos, os meus queridos amigos, têm sido inexcedíveis, estando sempre prontos a tomar mais um café, ou a passar mais uma tarde pelo burgo. É de partida este momento. Mas é também de muitos sorrisos, abraços e momentos, momentos únicos, que vão ficando. Daqueles que vão enchendo o coração e me prometem aquecer nos gélidos dias que virão. Uma estranha paz me tem invadido ao longo de todo este tempo. É mesmo isto que quero. Partir.
Ainda ontem fui ao cinema e um dos protagonistas do filme falava da magia interior que todos temos..aquelas pequeninas coisas que fazemos e nos tornam únicos, especiais…e que tem o nosso nome mais “-ness”, no meu caso “patness” (fica mai lindo axim :p) e dos sete tipos de fumo que todos devemos usar na vida. (E o que são os sete tipos de fumo? perguntam vocês)…são, no fundo, a nossa capacidade de resposta aos imprevistos, sejam eles bons ou maus. Então foi isso que guardei na mala, junto com todos os pequenos pedaços que formam a manta de lembranças que levo. Em cima de tudo, com esse colorido, levo um pouquinho da magia de cada um. No bolso, os meus sete tipos de fumo. Mais a alegria, os sorrisos, a força, a confiança, a paz, a serenidade e o amor. (que agora reparo..também são sete..)
Não me consigo despedir porque, para além de não gostar de despedidas, é como disse a mãe:”não sei o que é um ano sem ti”. Eu também ainda não sei.
Ainda ontem fui ao cinema e um dos protagonistas do filme falava da magia interior que todos temos..aquelas pequeninas coisas que fazemos e nos tornam únicos, especiais…e que tem o nosso nome mais “-ness”, no meu caso “patness” (fica mai lindo axim :p) e dos sete tipos de fumo que todos devemos usar na vida. (E o que são os sete tipos de fumo? perguntam vocês)…são, no fundo, a nossa capacidade de resposta aos imprevistos, sejam eles bons ou maus. Então foi isso que guardei na mala, junto com todos os pequenos pedaços que formam a manta de lembranças que levo. Em cima de tudo, com esse colorido, levo um pouquinho da magia de cada um. No bolso, os meus sete tipos de fumo. Mais a alegria, os sorrisos, a força, a confiança, a paz, a serenidade e o amor. (que agora reparo..também são sete..)
Não me consigo despedir porque, para além de não gostar de despedidas, é como disse a mãe:”não sei o que é um ano sem ti”. Eu também ainda não sei.